quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Sonhar é preciso!

Alguns amigos queridos sabem que tenho problemas com certas datas que o senso comum exige comemoração. O Natal , o meu aniversário, e principalmente a comemoração do Ano Novo. É possível que eu provoque espanto com esta declaração, porque afinal como uma festa dedicada à paz, à fraternidade, à alegria pode provocar em mim um mal-estar que me faz afastar-me dela? Talvez a histeria em que vejo as pessoas iludidas em superstições e crendices, ou talvez pelas ingênuas promessas de uma vida melhor a pouco custo, ou talvez o estado de embriaguês que é permitido a todos, me cause alguma estranheza. Sei lá...o mesmo se dá no Carnaval também. Me afasto dele como o diabo da cruz.

Isso sem falar na tal retrospectiva de vida, ou do ano velho, que sempre vem com um quê de autocensura. Afinal, o que de útil e importante eu teria feito ao longo de 365 dias de vida e por cima a culpa por não ter cumprido o roteiro que minha consciência traçou para mim e que não dei a mínima durante o ano todo (exceto alguns ensaios durante alguns dias) e por fim, o tiro de misericórdia: valeu a pena este ano?

E assim tem sido... mas sempre em consideração a meus amigos, sempre busquei responder aos e-mails e àquelas mesmas palavras de telefonemas rápidos, dizer que está tudo bem ao receber telefonemas de bons votos e reunir outros tantos amigos num barzinho para confraternização e dar boas risadas.

Entretanto, este ano foi diferente, como se o ciclo da comemoração obrigatória tivesse sido quebrado finalmente e percebi que estas festas de final de ano são oportunidades para amansar ressentimentos e ( por que não?) fazer sonhos até para os impossíveis.

E se o final do ano nos levar àquele momento de reflexão, que seja então especial para dar um corte no tempo e deixar a alma fechar para fazer um balanço. Afinal, a reflexão pode nos levar a ver que os dias passam rápidos, carregados de acontecimentos bons e ruins, que são rotinas, ou que na hora podem surpreender. São projetos abandonados, pessoas que perdemos, promessas que não cumprimos, mas também tem dias cálidos, alegres, de inocentes felicidades.
Mudar o calendário não significa mudar milagrosamente a nossa vida, mas pior é deixar de sonhar! Um novo ano que começa sem sonhos, projetos e promessas... já nasce velho!

Neste pensamento, acho que devemos agraciar-nos pela vida, simplesmente por viver....graças ao milagre de viver, podemos continuar sonhando, planejando, realizando...e mais, estivemos juntos em 2009 ( apesar do afastamento por morte de algum parente e amigo), e como isso foi bom! Saber que pessoas queridas enfrentaram dias difíceis, mas que conseguiram superar-se e que outras pessoas vieram ao nosso mundo, é sempre motivo de comemoração.

Portanto, vamos sonhar que este ano será ainda melhor, porque eu descobri que o buraco é mais embaixo!

Levic

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