sábado, 16 de janeiro de 2010

Viver até que o assaltante deixe

A onda de violência no Rio de Janeiro vem crescendo cada dia mais e mais.

Sair de casa para ir a um simples cinema no fim de semana é uma aventura das mais perigosas, é quase um safari sem munições. Um programa mais tarde então, nem pensar...Não se sabe o que vai acontecer pegando um túnel, ou uma linha amarela.

Mas, também a hora não tem nada a ver porque a bandidagem está às soltas em todos os lugares e de prontidão para qualquer descuido nosso. É pegadinha no banco, é assalto em condomínio fechado, é assalto em prédios residenciais, é invasão de casa para fugir da polícia, é tiroteio nos melhores bairros, é bala perdida quando a pessoa está quieta na parada do ônibus, é saque em casa de veraneio, é ataque de "jovens" de classe média aos mais fracos na rua sem mais nem menos, é agressão após o jogo de futebol e até para comemroar o Natal. Isso sem falar no arrastão nas praias, arrastão nas estradas, assalto em restaurantes ou em hotéis, sequestro de ricos ou de qualquer um, roubo de apartamentos pela escalada do prédio ou rendendo porteiro ou invasão na marra, perigo de granada achada no lixo da rua, perseguição de polícia onde morre gente inocente, assassinato de gente inocente que é confundida com outros que não são. Enfim...eu acho que iria desfilando aqui as situações sem fim.

A solução para a violência no Rio de Janeiro parece estar distante da realidade, onde dia após dia a única coisa que se vê é mais violência contra a população, assaltos e assassinatos, quando as autoridades ainda estudam uma maneira de reduzir esses números. Mas nada é feito... Eu só sei que comunidades que eram num passado bem próximo somente de moradores pobres e de trabalhadores, hoje tem tiroteios para controle de tráfico de tóxicos, com armamentos pesados, enquanto a estrada é fechada e os motoristas e passageiros de ônibus indefesos, a caminho do trabalho, rezam para um tiro não acertar o seu rosto.

Gente! Que vida é essa? Acho que isso já é o inferno. É que o inferno brasileiro já tem sua porta de entrada bem aqui perto! Parece que dessa vez eu tenho que dizer que o buraco é fundo e já há terra por cima.





Levic

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

O ano novo de luto


Bom, mas ao lado de nossos sonhos bons, não podemos esquecer que este final de ano foi carregado de pesadelos que perturbaram as festas, como as tragédias reais que nos atingiram em Angra e outras partes do país, mostrando que o ano começa mal. Entra ano e sai ano e os nossos governantes pouco se preocupam com as chuvas de final do ano, que neste ano foram mais intensas e destruidoras. Parece que eles não viram e nem querem saber que o buraco é mais embaixo.

Nas tragédias, naturais ou não, no desastre que se abateu sobre algumas áreas de Angra dos Reis, um jovem sobrevivente, em canal de televisão, deu um dramático depoimento sobre a morte de sua noiva que ficara debaixo dos escombros de lama, pedra e água. Suas palavras expressam bem a situação climática que está ceifando tantas vidas no país e no mundo: “Só depois da tragédia compreendi que não somos nada. A Natureza pode tudo, é poderosa demais. Passarei, de agora em diante, a respeitá-la muito mais.”

Essa fúria da Natureza tem explicação. Está intimamente correlacionada com o efeito estufa, com a poluição crescente provocada pelas emissões de gases carbônicos. A Terra está muito quente e as estações parecem se embaralhar e, quando mudam, mudam com feições atípicas, pelo excesso de neve ou pelo excesso de calor. A evaporação duplica assustadoramente.

As inundações fazem parte dos males da Natureza. Não há dúvida sobre esse ponto. Porém, o que se está vendo em toda parte é um desequilíbrio assombroso dos índices pluviométricos. Por toda parte, as notícias se espalham, mostrando que os rios estão subindo em excesso como nunca se vira antes, como aconteceu em várias localidades com as chuvas do final do ano.

Ante a perplexidade geral causada pela soma de tantas tragédias não há como escapar de indagações que martelam nossos pensamentos constantemente. Tais tragédias eram previsíveis? Se eram, teriam sido evitáveis? Há calamidades que são inevitáveis e imprevisíveis, como no caso de terremotos, maremotos e erupções vulcânicas, mas que no Brasil, felizmente, não há (bom, pelo menos até hoje).

No caso brasileiro o que há são “tragédias anunciadas”, desde aquelas que todos sabem que vão acontecer mais cedo ou mais tarde. É o que acontece com edificações, frequentemente ilegais, erguidas sem maiores cuidados em locais de risco, especialmente em encostas de morros, sujeitas a deslizamento de terras e pedras, ou em várzeas de rios, sujeitas a enchentes. Terá sido esse o caso da Praia do Bananal, em Angra dos Reis, onde a ocupação desordenada de espaço em área paradisíaca produziu consequências devastadoras?

Parece que a ocupação dessa parte do litoral fluminense foi deixada à vontade e, quando ocorrem essas tragédias, a população pode sentir de perto o alcance da falta de planejamento – a destruição de famílias inteiras, dentro de casas que não poderiam ter sido construídas naqueles locais. Esta é a trágica lição deste ano novo de luto.


Este é o dono da charge:http://cristovaovillela.blogspot.com/

Levic

Sonhar é preciso!

Alguns amigos queridos sabem que tenho problemas com certas datas que o senso comum exige comemoração. O Natal , o meu aniversário, e principalmente a comemoração do Ano Novo. É possível que eu provoque espanto com esta declaração, porque afinal como uma festa dedicada à paz, à fraternidade, à alegria pode provocar em mim um mal-estar que me faz afastar-me dela? Talvez a histeria em que vejo as pessoas iludidas em superstições e crendices, ou talvez pelas ingênuas promessas de uma vida melhor a pouco custo, ou talvez o estado de embriaguês que é permitido a todos, me cause alguma estranheza. Sei lá...o mesmo se dá no Carnaval também. Me afasto dele como o diabo da cruz.

Isso sem falar na tal retrospectiva de vida, ou do ano velho, que sempre vem com um quê de autocensura. Afinal, o que de útil e importante eu teria feito ao longo de 365 dias de vida e por cima a culpa por não ter cumprido o roteiro que minha consciência traçou para mim e que não dei a mínima durante o ano todo (exceto alguns ensaios durante alguns dias) e por fim, o tiro de misericórdia: valeu a pena este ano?

E assim tem sido... mas sempre em consideração a meus amigos, sempre busquei responder aos e-mails e àquelas mesmas palavras de telefonemas rápidos, dizer que está tudo bem ao receber telefonemas de bons votos e reunir outros tantos amigos num barzinho para confraternização e dar boas risadas.

Entretanto, este ano foi diferente, como se o ciclo da comemoração obrigatória tivesse sido quebrado finalmente e percebi que estas festas de final de ano são oportunidades para amansar ressentimentos e ( por que não?) fazer sonhos até para os impossíveis.

E se o final do ano nos levar àquele momento de reflexão, que seja então especial para dar um corte no tempo e deixar a alma fechar para fazer um balanço. Afinal, a reflexão pode nos levar a ver que os dias passam rápidos, carregados de acontecimentos bons e ruins, que são rotinas, ou que na hora podem surpreender. São projetos abandonados, pessoas que perdemos, promessas que não cumprimos, mas também tem dias cálidos, alegres, de inocentes felicidades.
Mudar o calendário não significa mudar milagrosamente a nossa vida, mas pior é deixar de sonhar! Um novo ano que começa sem sonhos, projetos e promessas... já nasce velho!

Neste pensamento, acho que devemos agraciar-nos pela vida, simplesmente por viver....graças ao milagre de viver, podemos continuar sonhando, planejando, realizando...e mais, estivemos juntos em 2009 ( apesar do afastamento por morte de algum parente e amigo), e como isso foi bom! Saber que pessoas queridas enfrentaram dias difíceis, mas que conseguiram superar-se e que outras pessoas vieram ao nosso mundo, é sempre motivo de comemoração.

Portanto, vamos sonhar que este ano será ainda melhor, porque eu descobri que o buraco é mais embaixo!

Levic

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Ano Novo com Alegria

Tenho me admirado muito com o poder que certas pessoas tem ao mostrar um bom humor para viver e levar os fatos cotidianos com mais leveza e descontração, dando a entender que sabem que viver a vida é muito mais que desejar que tudo dê certo à sua maneira ou que a verdade esteja sempre do seu lado.

Sempre admiro pessoas assim... e quando estou com elas, me enriqueço muito, pois não tenho este poder maravilhoso que elas possuem. Para os meus amigos que são assim, deixo uma homenagem: para viver bem, ninguém precisa de muito, mas tem que manter o senso de humor e saber que a gentileza nunca é desperdiçada. Aprender a apreciar a sua própria companhia é uma riqueza adquirida aos poucos e só irá lhe trazer benefícios. Aproveitar o máximo a amizade das pessoas, aceitando as diferenças é uma descoberta maravilhosa.

Esse meu desejo de um dia chegar lá é o que me desponta hoje no início do ano.

É. Saber viver a vida é saber que o buraco é mais embaixo. Brindemos, então, à alegria dos dias e ao cultivo do bom humor.

Levic